Desfraldamento: um trabalho da criança

“não é algo facilitado pelos esforços dos pais; assim, evitamos o termo “treinamento do troninho”. é, ou melhor, deveria ser um processo natural que surge do interesse da criança, desejo de independência e respeito próprio e desenvolvimento neurológico em evolução gradual.”

— Tracy, 2016

Antes de tudo, é preciso esclarecer a diferença entre desfraldamento e o treinamento do troninho.

Desfraldamento é um processo natural, ativo e conduzido pela criança que começa no nascimento e dura até o primeiros 2-3 anos.

Treinamento do troninho é iniciado e dirigido pelo adulto. O sucesso geralmente depende de recompensas ou do desejo da criança de agradar aos adultos.

Do ponto de vista Montessoriano, nós realmente não “ensinamos” ou treinamos o troninho. Em vez disso, nós observamos o que a criança precisa realizar, então analisamos qual a melhor forma de oferecer assistência. Antes que os adultos se apresentem para oferecer ajuda - por preparação direta ou indireta - existem 3 aspectos básicos do desfraldamento (independencia no banheiro) que precisa acontecer.

1. Controle Fisiológico

2. Desenvolvimento psicológico da criança

3. A assistência prestada pelo adulto

Uma vez que a criança pode controlar fisicamente o esfíncter (e isso ocorre cerca de 19 meses) é em um estado mental e emocional que apresenta prontidão, o adulto deve ter um ambiente preparado para orientar a criança durante o processo. Os sinais de prontidão pode ser semelhante a:

• Em tenra idade (12 meses +), a criança mostra interesse no banheiro, brincando com a água do vaso sanitário, seguindo os pais até o banheiro, pode querer sentar no vaso sanitário (com ou sem roupas / fraldas),

• pode tentar vestir / despir, colocar os pais, roupas íntimas dos irmãos.

• Capacidade de controlar músculos; fraldas são menos cheias, segurando as evacuações ou indo para outra sala para liberar as evacuações.

• Capacidade de comunicar a necessidade de usar o banheiro ou indicar a necessidade de troca de fralda - verbal ou não verbal.

• Capacidade de vestir e despir (esta habilidade se desenvolve e se torna melhor ao longo do processo.

• Interesse e desejo de usar roupas cueca / calcinha

Educadores devem estar atentos a esses sinais e fornecer um ambiente para preparar a criança para o sucesso. O vaso sanitário, troninho, o assento redutor do vaso sanitário e um banquinho para que a criança tenha acesso ao vaso e pia precisam estar disponíveis. Fraldas também podem estar ao alcance e a criança é envolvida no processo. Convidamos as crianças a usar o troninho ou vaso e permitimos sempre que mostrarem interesse.

Agora, você pode se perguntar o que você pode fazer para ajudar. Aqui estão algumas sugestões:

· Examine sua própria atitude e linguagem em torno eliminação.

Use uma linguagem positiva e real. Cerca de um mês atrás, enquanto eu estava tomando um banho que meu filho de 20 meses estava brincando de sentar no penico. Eu o ouvi dizer “eu fiz cocô, cocô ”e quando puxei a cortina tinha cocô no tapete. Eu estava muito surpresa. Dentro do meu cérebro adulto eu pensei "ai, por favor, não pise nisso" e ele pisou! Em questão de segundos, recuperei o foco e disse “uau! Você realmente fez cocô! Você está realmente tentando usar o troninho! Muito bem, Noah! " e eu limpei o dele pés sem dar a impressão de que aquela foi uma experiência malsucedida. Eu apenas disse “precisamos limpar o cocô”.

· Responda às perguntas com honestidade e sem julgamento.

· Apoie o processo, não apenas o sucesso.

· Inclua seu filho no autocuidado diário atividades

Lavar as mãos, limpar o nariz, lavar o corpo durante o banho.

· Considere trocar a fralda de seu filho no banheiro e oferecer acesso ao banheiro a cada troca de fralda

· Dê tempo ao seu filho sem a fralda ou para "experimentar" vestindo cueca

· Evite vesti-lo com “pull up” ao longo do dia
Exceto durante a noite para dormir.

· Proporcione ao seu filho um ambiente solto e confortável roupas que são fáceis de colocar e tirar

· Prepare a sua casa de banho de uma forma acessível às crianças

Banquinho para banheiro, pia / gaveta inferior cheia de cuecas, lenços umedecidos, fraldas etc.

· Quando seu filho mostra interesse no banheiro em tenra idade, comece a ensinar a rotina do banheiro

Sentar, limpar, dar descarga, puxar para cima calças, lave as mãos.

Finalmente, RELAXE! Aprender a usar o banheiro é um processo natural, quando seu filho estiver pronto ele vai deixar você sabe, seu trabalho é decifrar suas pistas e apoiar seu processo de aprendizagem.

Continua…

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Bibliografia

• Tracy, Susan. Montessori Life. (2016). Toleiting the Montessori Way.

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Montessori Child oferece consultas individuais, bate-papo com pais e/ou grupo de educadores e outras comunidades interessadas na Educação Montessori. 

Clube do Livro | Montessori fala aos Pais

Estou muito animada com nossa leitura! Quero compartilhar com vocês, principalmente as MÃES, um pouco do que tenho aprendido nessa minha jornada Montessori. O Clube do Livro é exatamente uma forma de trazer para vocês um conteúdo que não está disponível ainda em português.

Vamos começar com o livro escolhido: “Maria Montessori fala aos pais.”

Gosto muito que esse livro é totalmente voltado para os pais. Montessori nunca subestimou o papel dos pais e por isso sempre foi aberta a ter materiais voltados inteiramente a eles em congressos e palestras. Mesmo ela oferecendo tantos recursos aos pais durante sua vida, nunca teve o tempo de escrever um livro dedicado somente a eles.

Esse livro tem a proposta de preencher algumas lacunas, reunindo diversos textos onde Montessori se direcionou aos pais.

Muitos não sabem, mas ela não teve a oportunidade de criar seu próprio filho, estando presente em tempo integral. Teve uma gravidez em secreto, e por conta da cultura da época, se abdicou de muitas coisas para continuar seu trabalho.

Devido sua própria experiência como mãe e educadora, ela entende que o papel dos pais é fundamental.

Os congressos e palestras sobre educação Montessoriana devem ter sempre espaços e atividades que deem aos pais o conhecimento necessário para ajudar suas crianças em casa.

Minha parte favorita do livro diz assim:

Nós (pais), somos cheios de amor e inconscientes do nosso egoísmo.

Esse trecho me lembra muito de quando temos aquele pensamento: “Ah, tudo bem, nós temos as melhores intenções". Mas como a bíblia fala, nós pecamos por falta de sabedoria, falta de conhecimento.

Buscar o autoconhecimento é fundamental.

Autoconhecimento para que a gente possa trabalhar primeiro as nossas falhas, nossos defeitos, nosso próprio comportamento, para então guiar e ajudar a criança. Porque muitas vezes, a gente sabe que como as crianças agem é reflexo do nosso comportamento, do nosso ser.

Então vamos ler um pouco mais desse primeiro capítulo? Baixe aqui nesse botão, vamos ler juntas, refletir e podem deixar suas dúvidas e comentários aqui ou no post no IG.